O calote de Manguinhos tem nomes e CPFs

O calote de Manguinhos tem nomes e CPFs

Por Cláudio Magnavita*

O deputado Otoni de Paulo usou a tribuna para denunciar os abusos cometidos pela Refinaria Manguinhos, rebatizada de Refit, contra o povo do Rio de Janeiro. O calote dado pela empresa contra os cofres do Rio ultrapassam R$ 7.000.000.000,00 (sete bilhões de reais). É uma dívida impagável. Mensalmente 34% de todo o faturamento da refinaria que deveria ser pago ao estado é tungado do povo do Rio. É muito dinheiro vivo alimentando uma rede de silêncio, de complacência de autoridades e até parlamentares, e tirando dinheiro que poderia ser usado na saúde, na segurança ou na educação. Fala-se de um mitológico Ricardo de Andrade Magro, hoje com uma fortuna em paraísos fiscais que poderia ultrapassar a US$ 1,5 bilhão de dólares. Só que há rostos mais próximos e que estão ao alcance do MPRJ ou do MPF, com nome e CPF localizáveis. Como o atual diretor presidente da Refit, Jorge Luiz Cruz Monteiro, cujo CPF responde diretamente pelo calote, ou do ex-presidente e atual diretor Paulo Henrique Oliveira de Meneses, ou ainda, perante à Receita, Agustin Porto Simal, ou os membros do Conselho de Administração Ronaldo de Almeida Nobre e Simone Zontak Flit. Não há sujeito oculto nesse calote que sangra o estado do Rio e também a fonte de recursos do TJ, MP, Alerj e TCE. A complacência com um esquema é visivelmente nocivo ao estado exige uma reação de indignação coletiva.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã