Postalis, vítima e vilão

Postalis, vítima e vilão

Por Cláudio Magnavita*

Uma das maiores vítimas da arapuca tributária da Refinaria Manguinhos S.A. (a Refit) são os funcionários e aposentados dos Correios. Uma legião de trabalhadores que assistem o seu fundo ser usado e abusado repetidamente, sem que nenhuma providência veemente seja tomada.

As operações do Postalis estão no pivô da prisão do advogado Ricardo Andrade Magro, na compra da Universidade Gama Filho. Este é o grande foco das investigações na Polícia Federal. O caso Manguinhos fica em segundo plano, porém, é muito mais grave, e continua ocorrendo.

A família Magro repassou ao Postalis 16% da sua participação de Manguinhos, três vezes o que pagou por 80% da empresa. Recebeu R$ 100.000.000,00 por um pequeno naco, mantendo a sua situação de sócio majoritário. Na prática, o fundo financiou tudo e ainda deixou um caixa. São vários os pecados cometidos pelo Postalis hoje sobre Manguinhos. Nao cobra uma posição da CVM, permite que Magro receba honorários milionários da própria Manguinhos e nao exige um Conselho Fiscal.

Se Manguinhos falir, corre o risco de ser responsabilizado. A refinaria é devedora costumaz e os sócios podem responder por uma dívida tributária impagável.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã