O 2026 de Eduardo Paes

O 2026 de Eduardo Paes

Por Cláudio Magnavita*

Ao abrir suas asas para o governador João Dória no Rio, já na condição de pré-candidato do PSDB, o prefeito Eduardo Paes manda um recado para o PT, que esperava o seu apoio já no primeiro turno. Ao aderir de imediato a Lula, Paes estaria seguindo os passos de Sérgio Cabral, personagem do qual tenta se distanciar.

Como presidente do PSD fluminense, ele segue os passos de Gilberto Kassab, mas com uma agenda própria. O antibolsonarismo une Paes a Doria, porém o governador de São Paulo é também um franco opositor de Lula e encarna o antipetismo. O alvo definitivo de Paes é ajudar a derrotar o bolsonarismo no seu berço e isso afeta a aliança e o blocão construído por Cláudio Castro para a sua reeleição. A aproximação com o presidente da Alerj, o deputado André Ceciliano, ganhou as manchetes desta semana, porém o ato com Doria, no mesmo período, reacendeu a nuvem de suspeição sobre os verdadeiros objetivos de Paes.

Ao indicar Sergio Zveiter como primeiro suplente de uma possível candidatura de Ceciliano ao Senado, Paes estimula o dissenso no blocão de Castro com o seu grande aliado no Governo Estadual. A reeleição do governador até agora não afeta o cenário favorável a Paes em 2026. Se esses movimentos continuarem, a composição do vice poderá ser o troco. Um nome que colida com os interesses futuros do prefeito.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã