Uma imoralidade guardada a sete chaves

Uma imoralidade guardada a sete chaves

Por Cláudio Magnavita*

Os 700 auditores do Estado do Rio esperam o pagamento da folha extra com o PPE no valor individual de R$ 100.000,00. O valor total é de R$ 70.000.000,00 (setenta milhões de reais). No mesmo período, o Governo do estado comemora o pagamento do bônus de Natal para a área de segurança. São policiais militares, civis, penais e bombeiros, totalizando mais de 70 mil servidores. O valor total para esses trabalhadores, que colocam suas vidas em risco em defesa da sociedade é de R$ 35.000.000,00. É a metade do que o estado gastará com um punhado de auditores fiscais. É uma distorção que revolta. Trata-se de um pagamento referente ainda a 2018. É justo o estado do Rio tratar de forma tão desigual os seus servidores?

O PPE de R$ 100 mil referente a 2018, que será pago de uma
só vez agora aos auditores, como bônus de produtividade, equivale à remuneração de três cabos da Polícia Militar ou à de dois sargentos da PM. Falamos de renda anual. É dinheiro de impostos que vão diretamente para o bolso de um grupo de verdadeiros marajás da administração pública. Três professores do estado terão de trabalhar todo um ano para receber esse escandaloso bônus. A sociedade civil não pode ficar omissa a este escárnio, apoiado por uma lei escondida a sete chaves. Pedimos ao leitor que faça um exercício: pesquise no Google FAF e PPEs. Só aparecerão as matérias do Correio da Manhã e as normas legais que chancelam essa imoralidade. Este era um assunto velado e que a imprensa nunca teve o cuidado de revelar.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã