O turismo está sendo totalmente reinventado
Por Cláudio Magnavita*
O setor do turismo vive um cenário instável nesta retomada. A atividade foi uma das mais impactadas pela pandemia e viajar virou o grande desejo coletivo. Levaremos anos para uma recuperação do tombo de 2020/2021. No mínimo uma década para recuperar o estrago na saúde financeira das empresas. Descobrimos a vulnerabilidade do setor diante uma pandemia planetária.
A sensação é que pouco aprendemos e que ainda não temos a visão total do que ocorreu com a interrupção das viagens no planeta. O que a pandemia realçou é o quanto somos frágeis e despreparados para uma crise que não estava prevista em nenhum manual. Não havia plano de contingência para um período tão grande.
Não só pessoas conhecidas tombaram. Muitas empresas morreram ou estão gravemente enfermas. O processo é de reinvenção e desenvolvimento de novos métodos que serão incorporados definitivamente ao cenário, principalmente na questão da segurança alimentar, normas de higiene e até de procedimentos sanitários em meio de hospedagem, aviões e restaurantes. Da mesma forma que o 11 de setembro incorporou novas rotinas de segurança em caráter permanente, a pandemia criou uma nova forma de viajar e de translado.
Pouca literatura tem sido gerada a respeito e os especialistas em estratégias possuem uma nova matriz para incorporar ao planejamento. Uma outra área que foi afetada é a dos seguros. Não existem apólices que cubram cenários tão adversos e extremos. É preciso repensar o futuro e reconhecer o quanto somos frágeis. A retomada do turismo não é uma realidade sólida em um terreno ainda estável, com o surgimento de variantes da covid-19 e com planeta conectado por ferramentas de ir e vir que alimentam o setor. Não há mais um novo normal e o turismo precisa ser reinventado.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
