Vira, vira, vira…

Vira, vira, vira…

Por Cláudio Magnavita*

E a virada do ano em Copa? Devemos cruzar os dedos, torcer para que tudo dê certo, rezar alguns pais nossos e acender velas.
Para alguns especialistas em réveillons de Copacabana, a ausência de palco com shows é arriscada. Eles não são colocados apenas como pontos festeiros, mas para reter a multidão que assiste os fogos.

Os palcos com shows eliminam o fluxo de saída instantâneo e ajudam a evitar aglomerações nas estações do metrô e nos ônibus.

O poder de atração das 10 balsas é enorme. Vai ser difícil evitar que a praia esteja cheia e a possibilidade de uma Copa lotada é enorme. São grupos familiares gigantescos e crianças. A prefeitura deveria fazer uma campanha para que a população evitasse levar menores para a virada.

A ausência de shows poderia ter sido suprida com telões (já tivemos 10 em Copa antes da pandemia) com lives de artistas transmitidas dos pontos turísticos. Uma forma de entreter e segurar a multidão evitando que o fluxo se concentrasse no momento pós queima de fogos.

Em tumulto anterior realizado em um show de verão, o problema maior foi o uso de bomba de gás em conflito da guarda municipal com os camelôs. Um aprendizado que deve ser evitado em uma Copa repleta de famílias.

O réveillon de Copacabana é um dos maiores eventos planetários e sua realização não pode ser meia boca. Existe uma matriz logística que foi desenvolvida pela gestão municipal durante anos.

Sempre houve uma descentralização de fogos para dividir a multidão. É só perguntar a ex-vereadora Leila, sobre o Flamengo ou a Alfredo Lopes sobre a Barra. A questão de fazer em várias regiões da cidade não é novidade. Isso não vai diminuir a ida da população para assistir à queima de fogos nas balsas.

Até hoje vivemos as sequelas dos fogos que eram queimados nas areias de Copacabana e só depois de incidentes migraram para as barcas. A decisão do Prefeito Eduardo Paes de realizar a queima em 10 balsas foi corajosa, porém é delicada. A estrutura de policiamento, e outros serviços públicos, deve, porém, ser total.

Não existe meio-réveillon quando se fala em Copa. Para ser meia boca teria sido melhor não ter feito. Não estamos nem falando de Covid, do risco das variantes ou influenza. O nosso alerta é sobre o ir e vir de uma multidão sem os freios e retenções com shows que ocorriam nos anos anteriores. Fica o alerta.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã