A hora de pensar no Rio que queremos

A hora de pensar no Rio que queremos

Por Cláudio Magnavita*

Cláudio Castro realizou na B3, em São Paulo, nesta quarta, 29, um dos seus melhores discursos como governador. Abriu mão de um texto pré-escrito e resolveu falar com o coração. Há exatamente oito meses, as atenções do leilão se voltavam para a sentença final do Tribunal do Impeachment no TJ-RJ. O leilão ocorreu junto com o julgamento do então governador WW. O destino fez uma sincronização histórica. A licitação terminou ao mesmo tempo em que Cláudio Castro deixava de ser interino. Uma coisa quase mística pela sua sincronicidade inexplicável.

Oito meses depois, Castro volta a B3 para a segunda parte do mesmo leilão. Da outorga mínima avaliada de R$900 milhões, o valor pula para R$2,2 bilhões. De patinho feio entre os estados, o Rio entrou em um ciclo de bonança. Na sua fala, o governador falou no aumento de arrecadação, do funcionalismo em dia, da credibilidade com os credores do estado, com pagamentos sendo liberados em apenas 21 dias, e da sua disposição de atrair in-
vestimentos. A credibilidade foi refletida pela batida do martelo das concessões.

Várias mensagens foram enviadas, entre elas, a de que um governo de conciliação e diálogo não foge à luta quando confrontado. Destacou que o Pacto RJ nasceu de um estudo da Federação das Indústrias do Rio (Firjan), batizado de “Canteiros de Obras”. Foram metas elencadas pela iniciativa privada, para as quais foram destinadas os bilhões da concessão.

O governador que retornou a São Paulo hoje foi bem diferente do político que estava com o dedo segurando a represa em abril. Em apenas oito meses, este passado virou uma realidade diferente. Em 2022, o Rio irá às urnas e o eleitor terá de escolher um novo governador. Vamos apostar no desconhecido? Vamos colocar em risco a retomada econômica do estado? Castro é hoje um político já testado, e sua equipe com resultados para serem avaliados. O Rio precisa pensar no futuro do próprio Rio.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã