Sem avisar ao Planalto, Governo Português extermina 500 empregos no Rio de Janeiro

Sem avisar ao Planalto, Governo Português extermina 500 empregos no Rio de Janeiro

 

Por Cláudio Magnavita*

O destino é irônico. No mesmo dia em que começa a haver diálogo na questão do Galeão surge, no mesmo espaço, um fato extremamente grave e que merece entrar na agenda emergencial do Rio, das entidades empresariais e, especialmente, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, comandada pelo secretário Vinicius Farah.

Trata-se da decisão unilateral do governo português de exterminar 500 empregos altamente especializados no Rio, e no Brasil. Neste dia 12 de janeiro, a TAP Air Portugal resolveu oficializar o encerramento da TAP Engenharia e Manutenção no Galeão. Trata-se de um dos maiores centros de manutenções de aeronave do mundo, a antiga VEM - Varig Engenharia e Manutenção, instalada na área industrial do Galeão. É o maior hangar do hemisfério sul, o maior parque de ferramentas e manutenção altamente especializada, e com uma mão de obra que foi formada por décadas de investimentos.

A decisão é governamental. A TAP foi novamente estatizada e ela está 100% nas mãos do governo português. A decisão de exterminar 500 empregos no Rio não foi precedida por nenhum ato diplomático ou tentativa de salvar o negócio, utilizando o BNDES ou o próprio estado para procurar outro proprietário para empresa. Se fosse o contrário, uma estatal brasileira exterminando 500 empregos em Portugal de uma só vez, haveria uma revolta contra o Brasil. O Presidente Jair Bolsonaro e o Ministro das Relações Exteriores, Carlos Alberto França, devem convocar imediatamente o embaixador português para explicações. A forma que está sendo feita não permitirá que a empresa seja salva ou que o negócio possa ser vendido para algum grupo. Vale lembrar que o terreno da empresa pertence à União e que, durante anos, o gigantesco espaço foi usado de forma gratuita. São 500 empregos que equivalem a duas montadoras de carros... Mais uma missão para Firjan, Fecomércio, ACRJ e governador Cláudio Castro.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã