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O futuro da Novonor é adotar os ensinamentos do fundador

O futuro da Novonor é adotar os ensinamentos do fundador

Por Cláudio Magnavita

A Procuradoria Geral do Estado (PGE-RJ) e a Controladoria Geral do Estado (CGE-RJ) assinaram, ontem (24), um acordo de leniência com a Novonor S.A. (ex-Odebrecht), um fato que merece o aplauso da sociedade civil. A Odebrecht, do Dr. Norberto (seu fundador) e de Emilio, seu filho e continuador do legado, é bem diferente da empresa que implodiu nas mãos do Marcelo Bahia Odebrecht, um neto que sofisticou as máquinas de corromper políticos e levou os números da empresa à estratosfera. Ele foi um menino que pouco herdou do avô e do pai, nem as formas faciais.

O velho Norberto criou uma gigante da engenharia, a partir de mentes brilhantes, e de uma filosofia empresarial que tinha a sua própria bíblia. Foram anos levando a engenharia brasileira a um reconhecimento internacional. Ele só não soube preparar a sucessão. O constrangimento da empresa com a briga de acionistas, os herdeiros do sócio fundador Victor Gradin, demonstravam que havia algo de podre no reino de Avalon. A távola redonda em que eram pinçados, por méritos, os cavaleiros, e ungidos para a alta cúpula da empresa, perdeu a mão. O Marcelo expurgou a geração fundadora da empresa e o pudor foi junto.

Nos Governos do PT, o apetite da Odebrecht chegou ao ápice. Emilio se rendeu à lucrativa amizade com Lula. Ainda é preciso investigar o triunvirato Lula, Odebrecht e Sarkozy e os submarinos nucleares, e, de quebra, o ex-ministro Nelson Jobim. A Lava Jato não destruiu a Odebrecht. Da original, pouco havia lá. No Rio resta colocar a lupa sobre a empresa e o Galeão. É o último entulho da Odebrecht Petista na cidade. Ele é inviável dentro do modelo que o Marcelo Bahia Odebrecht costurou. Tudo por capricho. É uma conta ainda a ser acertada.

Aplausos para a Novonor em desistir da disputa milionária pelo Maracanã. A empresa precisa renascer e trazer junto um compliance verdadeiro. O seu fundador, Dr. Norberto, e a sua filosofia empresarial, precisa ser ressuscitada. A fórmula da virada está na sua origem e raiz. Já o período de Marcelo, um filho que chantageia o próprio pai, tem que ser limado e varrido. O Rio agradece este pequeno reembolso.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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