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A omissão do Governador, do Prefeito e até da esquerda

A omissão do Governador, do Prefeito e até da esquerda

Por Cláudio Magnavita*

Nesta quinta, 27, o bravo sindicato dos Aeroviários do Município do Rio de Janeiro estará indo à luta na pista principal do Galeão. A principal bandeira é salvar os 500 empregos que estão dizimados na área industrial do aeroporto, pela decisão do governo português e do Comissariado da União Europeia, que ordenou à TAP Air Portugal encerrar as operações do maior centro de manutenção de aeronaves do hemisfério sul.

Já vai longe o tempo no qual os movimentos de esquerda se preocuparam mais com os empregos do que com os jantares a beira da piscina do Copacabana Palace. Não se ouviu um pio do PSOL, do PT e outros partidos que se dizem defensores do social. Quinhentos chefes de família perderão os seus empregos e isso virou rotina. Aliás, não foi a mãe da Varig Engenharia e Manutenção - VEM, a Varig Linhas Aéreas, que foi exterminada na gestão do PT?

O Governo do Rio vem trabalhando silenciosamente por uma solução. Repetimos: silenciosamente. Cadê o Governador que não deu um pio público em defesa do patrimônio tecnológico, instalado na sua base, e está sendo exterminado? Cadê o Prefeito do Rio? Ele luta para entrar no grupo de trabalho da concessão do Galeão, mas não dá uma palavra sobre o fim da ex-VEM, que é um dos maiores recolhedores de ISS da Ilha. O Governo Bolsonaro até se mexeu e mandou o Chanceler conversar com a TAP, em São Paulo. O vice de finanças veio de Portugal e só enrolou na reunião. Ficou só nisso.

Lamentável que a sociedade se mobilize, de forma exemplar, para grandes bravatas. “Vamos todos salvar o Galeão!” Para atitudes públicas e heroicas, não faltam voluntários. Estes mesmos atores não se preocupam com as 500 famílias que estão perdendo os empregos e o sumiço de uma cultura tecnológica do Rio. Todos ficam em silêncio. Esperamos que o apitaço desta quinta, que será feito pelos funcionários, despertem a todos, inclusive a silenciosa mídia brasileira, que também está omissa.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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