As farpas de um Bomtempo a serviço da agenda do PSB
Por Coluna Magnavita*
É curiosa a lógica que domina a gestão municipal de Petrópolis, na gestão Rubens Bomtempo e Paulo Mustrangi. O prefeito, que pareceu aturdido com o tamanho do desastre que se abateu no seu município, demorou a reagir. Fez, em um primeiro momento, o que se esperava de um chefe do Executivo, que ainda não possui o controle da máquina que assumiu e da equipe que formou, com alguns neófitos para as funções nomeadas: aceitou ajuda. Abriu o espaço para um estado presente, que praticamente transferiu seu gabinete para Petrópolis (todos estavam em agenda próxima, no Médio Paraíba). Deixar o estado entrar e ocupar os espaços que a própria Prefeitura não conseguia ocupar, por puro imobilismo, custou caro para o alcaide do PSB, preso em uma luta política que envolve a sucessão estadual, onde o seu candidato partidário rodou a baiana ao presenciar o espaço ocupado pelo seu adversário Cláudio Castro.
Foi só Marcelo Freixo colocar o pé em Petrópolis para que o Bomtempo, do PSB, surgisse dos escombros. O Governador que procurava ajudar, passou a ser tratado como adversário. A turma do Freixo acampou em Petrópolis e assumiu a reação pública de um prefeito até então aturdido e que, aparentemente, não sabia por onde começar.
O melhor sinal do imobilismo da Prefeitura de Petrópolis foi a intervenção na Rua Teresa. A equipe da Comlurb enviada por Eduardo Paes conseguiu, em poucas horas, exorcizar o cenário de Guerra. Ninguém questiona se o Prefeito não dorme, se não suja os sapatos ou sofre um desgaste físico. A grande questão é a sua capacidade de colocar para funcionar a máquina que montou. O pior é ter caído na armadilha de um processo neo-político e permitir que seu aliado de partido, Marcelo Freixo, azedasse a relação com o estado. As alfinetadas que o Prefeito deu, nesta segunda, 21, no Governador, no aluguel social, é a prova da contaminação.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
