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Cadê a integridade pública nos eventos?

Cadê a integridade pública nos eventos?

Por Cláudio Magnavita*

O setor de eventos precisa estabelecer uma relação respeitosa com o setor público. O primeiro laço é separar o público do privado. Se um empresário do setor for trabalhar em cargo governamental deve se desvincular totalmente da agenda empresarial. O que não pode é ficar com o pé nas duas canoas.

O que ocorreu este fim de semana na Cidade do Rio não foge do dois últimos réveillons. Um festival de festas clandestinas.
O mais grave é a inclusão neste ingrediente de espaços públicos.

Durante meses foi travada uma batalha jurídica para retomar um espaço que pertence ao estado do Rio que saiu vitorioso. Com um prazo para desocupar o imóvel, o atual ocupante fez alguns contratos que o Governo está honrando. Só que extrapolaram. Usaram a licença para restaurantes e shows.

O Prefeito Eduardo Paes jogou este entulho no colo do estado. Lavou as mãos, apesar de possuir uma secretaria de ordem pública. Deixou nas mãos do governador, PM e Bombeiros o papel que deveria ser feito pela municipalidade, convocando auxílio policial se a ordem urbana não funcionar.

A questão não é de ter festa ou não. É de ter festa organizada por agentes públicos que usam seu cargo e relacionamento para conseguir vantagens ou garantir impunidade.

Enquanto esteve no Gabinete do próprio Eduardo Paes, por dois mandatos anteriores este setor nunca deu problema.

Subordinado, a pasta de Gestão e Integridade é que começou a soluçar. Até agora não houve nenhuma movimentação para apurar as responsabilidades de um assessor da subsecretaria de eventos que participa da operação. Está parecendo algo do tipo: “casa de ferreiro, o espeto é de pau”, ou ainda, faço o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

É lamentável.

 

 *Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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