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Como é bom ver o Rio voltar a sorrir novamente!

Como é bom ver o Rio voltar a sorrir novamente!

Por Cláudio Magnavita*

Ao liberar o uso de máscaras, o Rio está trazendo de volta ao seu cotidiano a maior de suas marcas: o sorriso. Nada mais hospitaleiro do que a expressão de felicidade do anfitrião. Neste ponto, nos bares, restaurantes, hotéis e nas lojas, o carioca é mestre. O uso da máscara nos ensinou a sorrir com os olhos, mas nunca foi a mesma coisa.

O Rio fica mais Rio com a volta deste elemento de felicidade. O efeito mágico de uma simples expressão fácil tem o poder de reacender a carioquice. O uso da máscara por dois anos deixou a cidade mais triste, mais impessoal e escondeu um componente importante da relação humana.

Em todas as pesquisas realizadas pela Embratur e pelo próprio Governo do Estado, o ponto mais alto da satisfação do turista estrangeiro sempre foi a hospitalidade traduzida nesta contração dos músculos da face. Pouco a pouco, deixamos de perceber o quanto ele era importante.

No mundo dos mascarados da pandemia, as relações ficaram no olho a olho, e quem ousava ficar sem máscara, arrancava logo olhares irritados.

Esconder o sorriso será a marca dos registros fotográficos destes últimos dois anos. Aquela celebre foto da pandemia de 1918, com uma família de mascaras e até o animal de estimação, será reeditada para a posteridade, com as selfs e registros da atualidade. Estas fotos estarão datadas por um artefato que entrou no nosso cotidiano. Será, daqui há 20 anos, um registro de uma época estranha. A sensação de liberdade de poder circular com o rosto livre, sem óculos embaçando, sem respiração prejudicada. Estamos retomando a normalidade.

A humanidade se adaptou rapidamente a assistir repórteres da TV com a boca tapada, a discursos de lideres políticos com este estranho artefato no rosto e aos marqueteiros que colocavam seus logotipos nos dois lados da máscara, que foi introduzida após uma experiência da Áustria, e entrou para o dress-code. Como é bom ter o sorriso de volta, especialmente o do carioca.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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