Novas chuvas e velhos problemas do mau tempo

Novas chuvas e velhos problemas do mau tempo

Por Cláudio Magnavita*

O susto de Petrópolis neste domingo, 20, se estendeu a todo o país. Quase no mesmo horário a pesada chuva que recaiu sobre a cidade reeditou nas redes sociais as imagens do último dia 15 de fevereiro.

Os áudios nas redes sociais confirmaram o que todos já sabiam. A incapacidade da Prefeitura de Petrópolis de recolher todo o entulho da tragédia anterior e de desobstruir os canais e bueiros das áreas mais críticas. Até o fechamento desta edição as chuvas haviam diminuído e não havia notícias de vítimas.

Será que não aprendemos nada com a tragédia de 15 de fevereiro? Será que acham impossível a repetição de um novo fenômeno meteorológico? O que ocorreu antes foi de proporções catastróficas e uma prefeitura sozinha não tem condições de se fazer onipresente e resolver tudo em um passe de mágica. É preciso recursos e gestão. Estabelecer prioridades. É neste ponto que a gestão de Rubens Bomtempo tem fraquejado. Falta pulso firme para determinar ações que são básicas: desobstrução dos canais, barreiras de contenção e retirar entulhos gerados pela tormenta de fevereiro.

O que se viu agora foi uma demonstração deste colapso administrativo. O prefeito Rubens Bomtempo deve ao Estado e ao Governo Federal, já que a máquina municipal tem suas limitações. Colocar o “abacaxi” no seu colo não é a medida mais correta para a população. Não adianta ir às comunidades e literalmente “chorar” junto com alguns grupos. Esta fórmula de solidariedade emocional não funciona mais. O que a população deseja é que no caso de novas chuvas não escorram entulhos dos eventos anteriores. E Prefeito por que se candidatou e desejou voltar a um cargo do qual já passou? Tem um vice experimentado, que tem sido escanteado e nada faz, apesar da sua experiência de ex-alcaide.

O mau tempo que assola Petrópolis necessita de um governo municipal presente e eficaz. Não precisa de um governo apenas eficiente, que procura fazer o básico. Precisamos da eficácia. De uma gestão que faça o que precisa ser feito. Neste quesito, Bomtempo virou Mautempo.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã