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Núcleo político de Bolsonaro sumiu. Quem vai pedir a Milton Ribeiro para se licenciar?

Núcleo político de Bolsonaro sumiu. Quem vai pedir a Milton Ribeiro para se licenciar?

Por Cláudio Magnavita*

Por onde andam os ministros políticos do presidente Jair Bolsonaro? Será que o núcleo duro do Planalto não compreendeu que cabe a eles soluções para a crise que pipocam no ano da reeleição? É incompreensível que deixem nas mãos do próprio presidente da República a solução da crise do Ministro da Educação, Milton Ribeiro.

A oposição está aplaudindo a omissão deste núcleo político, que deveria ter saído na blindagem do presidente. A solução é simples. É só olhar para o passado do Planalto e ver o que o presidente Itamar Franco, com o seu ministro da Casa Civil e fraterno amigo Henrique Hargreaves, que esteve sob artilharia da mídia. Ele não foi jogado aos leões e foi demitido, como queria a oposição. Ficou licenciado por dois meses, enquanto correram as investigações, e voltou ao cargo após provar a sua inocência. Calou a boca de todos os opositores.

Ninguém duvida da integridade de Milton Ribeiro. O seu currículo e histórico são impecáveis. Este pedido de licença deveria ter partido do próprio ministro, pois não cabe ao presidente esta sugestão. Neste momento eleitoral, Bolsonaro se divide entre administrar o país e concorrer à reeleição. Cabe ao núcleo político a sua proteção e evitar o ônus de algumas medidas, principalmente quando existem soluções de meio termo.

Demitir Milton Ribeiro é, como já dissemos, jogá-lo aos leões da oposição. Mantê-lo no cargo é prorrogar uma crise que atinge a questão da moralidade da gestão. A licença, a exemplo do Hargreaves, é a posição mais racional. Seria uma missão do núcleo político e da estratégia para acabar com a crise. É preciso ter a capacidade de reagir, na mídia, em regime de plantão. Não se pode lavar as mãos quando uma reeleição está em curso e não se deve isolar o presidente da República.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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