Eduardo Paes em novo surto de incontinência verbal: Agride o vice e pede ‘desculpas’

Eduardo Paes em novo surto de incontinência verbal: Agride o vice e pede ‘desculpas’

A usual falta de respeito de Paes não se resolve com ‘desculpas’

Por Cláudio Magnavita*

Para o Prefeito Eduardo Paes, o instrumento do “pedir perdão” parece resolver tudo. Os seus devaneios verbais são seguidos com uma crise de arrependimento e reconhecimento dos seus exageros. Parece muito com aqueles adolescentes inconsequentes que, depois de traquinagens, pedem perdão, com a cara mais cínica do mundo.

Esta falta de maturidade verbal tem custado caro ao prefeito Eduardo Paes. Teve efeito nefasto na sua popularidade, após vazarem a brincadeiras pejorativas com Maricá. Em um fim de semana de muito vinho, disparou contra Clarissa Garotinho e seus pais, os ex-governadores Rosinha e Anthony, dias depois de receber o prefeito de campos Vladimir, então seu colega de partido.

Agora, foi a vez do seu vice-prefeito, Nilton Caldeira, de sofrer com uma “eduardina”, como a classe política chama estes rompantes de “sincericídio”, do nosso alcaide. Diferente dos outros, Caldeira e Paes estão, umbilicalmente, ligados por uma chapa que foi eleita e, para a qual, ele foi convidado a participar como fundador do Partido Liberal. O vice tem mandato como o prefeito e a sua postura tem sido de extremo respeito, até ser etilicamente excluído do grupo de secretários e dirigentes municipais, em uma madrugada carnavalesca, na qual Paes, Pedro Paulo e outras figurinhas do primeiro escalão já estavam “para lá de Marrakesh” nos festejos momescos.

Que pecado cometeu Caldeira? Receber seus amigos, com alguns deles querendo manter uma distância salutar de Paes, no micro camarote que lhe foi reservado na véspera do desfile? Tudo ocorreu após a passagem do olheiro “eduardino”. Para incendiar ainda mais o circo, o Prefeito desdenhou o peso político de Caldeira do próprio PL, desqualificando a sua escolha.

A reação do presidente da legenda, deputado Altineu Cortês, foi até elegante após o festival de desaforos. Ele não falou do pseudo-candidato do PSD, que tem como missão represar os processos contra o prefeito no Judiciário, no mesmo campo em que atua um ex-ministro da Justiça, sócio do banco do irmão, ou ainda sobre as titularidades das contas no exterior apontadas pela Odebrecht. Motivos que podem levar Caldeira a vestir a camisa de titular. 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã