O sucesso do diálogo e da união no Rio

O sucesso do diálogo e da união no Rio

Por Cláudio Magnavita*

Muito mais do que uma demonstração de força, o deputado André Ceciliano, presidente da Alerj, deu sinalização de que o diálogo e o entendimento voltaram a funcionar na política. Não havia apresentação da Anitta ou de um MC. Quem foi à casa de show em São João do Meriti esperava um evento cheio e acharam arriscado lotar um local com aquela dimensão. Com a chuva que caiu na madrugada e insistia em continuar na manhã de sábado, a perspectiva de público foi reduzida para a grande maioria.

Contra todos os obstáculos, o engarrafamento já na Dutra demonstrou que algo de diferente estaria ocorrendo naquele local. Ao reunir quase todas as correntes da classe política fluminense, ele reafirmou o êxito do entendimento. Não havia shows, mas o público ultrapassou 15 mil pessoas. E isso em um momento em que o Brasil e o mundo vivem um cenário de extremismo e descrédito na política. Uma onda que insiste também em atingir a classe e as relações interpessoais.

O que assistimos sábado, 30 de abril, foi uma demonstração de convivência harmoniosa de correntes diferentes, que acharam um denominador comum. Como parlamentar e presidente da Assembleia, ele estabeleceu o diálogo respeitoso e procurou sempre entendimento.

Defender o Rio de Janeiro tem sido o seu grande tema. Há exatamente um ano, a votação do Tribunal Misto afastava definitivamente o então governador, validando todo o processo de impeachment que Ceciliano comandou. Assim como na Alerj, as votações no Tribunal Misto foram por unanimidade. O consenso sempre foi a maneira mais democrática de construir e tem sido a principal matéria-prima de André Ceciliano. Sua pré-candidatura ao Senado não é só para valer, mas ultrapassa os limites do seu partido de origem, o PT. Poucos partidários petistas na Região Sudeste conseguem esta proeza. Um cenário de paz no qual o grande vencedor é o Rio, afinal, o papel do senador é defender o estado que o elegeu, e não o seu partido político.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã