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Editorial | A resposta de Aras não poderia ter sido diferente

A resposta de Aras não poderia ter sido diferente

Por Claudio Magnavita*

A atitude do Procurador-geral da República, Augusto Aras, na última terça, na reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal, ao reagir à provocação do Subprocurador-geral, Nívio de Freitas, não poderia ser diferente. Ele foi provocado ao extremo, em uma atitude não apenas hostil na questão pessoal, mas desrespeitosa ao próprio cargo de PGR, que Aras tem o dever de defender.

Nívio de Freitas acumula a frustração de ter sido atropelado pela indicação de Augusto Aras em 2019. Sonhava em sentar na cadeira de PGR. Em 29 novembro de 2019, ele cunhou uma pérola, ao reclamar do salário de R$ 42.200,00. “que mal dava para chegar ao fim do mês” como foi noticiado por toda a imprensa.

Com Aras reconduzido, só agravou o fosso que o separava de Nívio. Quem se der ao trabalho de assistir às sessões, perceberá um contínuo festival de ironias e flechadas contra o PGR, sempre de forma irônica e menos agressiva, um campo da dialética, no qual Augusto Aras é mestre. Ver o subtexto desta esgrima mental é até prazeroso. Já o que aconteceu no dia 29, além de uma grave insubordinação, passou da linha do institucional e foi para o pessoal.

Indicado para a vaga de PGR em 2019, pela Associação Nacional dos Procuradores da República, Nívio de Freitas sempre falou para o seu público associativo. Contestando continuamente a escolha do seu oponente vitorioso para o cargo.

Soteropolitano, Antônio Augusto Brandão de Aras, com 63 anos, sempre foi reconhecido pela sua educação e fidalguia. Uma de suas marcas é o respeito aos adversários e as diferenças. Colocou o MPF nos trilhos, acabando com os excessos e os superpoderes da febre do lavajatismo. Faz uma gestão histórica, tanto na produtividade como na capacitação dos quadros e valorização dos servidores. Antes de tudo, Aras é um homem honrado e a defesa da sua honra, em uma sessão transmitida ao vivo, não teria volta. É importante registrar que os ânimos foram acalmados e os trabalhos retomados. Ficou um registro triste, de como a militância e a provocação estapafúrdia, tão em voga nos dias de hoje, têm que ser combatidas com honradez.  

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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