Os males do coronavírus e do descaso

O descaso de diferentes autoridades, sejam federais, estaduais ou municipais, diante da escalada de casos e mortes pela pandemia de coronavírus, é assustador, embora sejam milhares as vítimas.

Sabe-se, no mundo inteiro, que o distanciamento social era e é uma prioridade para o enfrentamento da doença. No entanto, seguindo lideranças despreparadas, que dão as costas para a ciência, uma parte da sociedade esquece medidas preventivas básicas, a exemplo de usar máscaras e medidas de higiene, além, enfatize-se, do distanciamento.

No Rio, foi preciso o Ministério Público recomendar ao governador um estudo para a implantação do bloqueio total, o chamado "lockdown", no  Estado, "com a suspensão expressa de todas as atividades não essenciais à manutenção da vida e da saúde".

O mesmo "lockdown" já é praticado, por exemplo, no Pará e no Maranhão. O Brasil, com cerca de 116 mil casos de coronavírus e 8 mil mortes confirmadas confirmadas é apontado como o novo epicentro da pandemia. Estudo revela, diante de sub-notificações, que o nosso país poderia ter entre 1,3 milhão de casos, no melhor cenário, e 2 milhões de infectados, no pior.

As lideranças políticas, sociais, científicas - a sociedade como um todo - precisa estar atenta ao cenário que se apresenta, cobrando cautela e inteligência nas próximas decisões. Afinal, estamos tratando de vidas, não de dinheiro, mesmo com a real  e eventual interdependência entre ambos.