Colapso eminente

É preciso uma intervenção emergencial nos hospitais de campanha

Por: Claudio Magnavita*

O festival de notícias relacionadas a prisão de Mário Peixoto tem remetido o público à percepção de que problemas são decorrentes das gestões de Sérgio Cabral ou Pezão. Na realidade, a operação só foi deflagrada em plena pandemia por ter sido constada em atos envolvendo a contratação dos hospitais de campanha na gestão de Wilson Witzel.

Nas gestões anteriores, Peixoto tinha apenas uma das fatias, agora ele tem o bolo todo. A sua teia tem uma capilaridade assustadora. É preciso ir fundo, trazer os personagens que estão ocultos e aproveitando este hiato para destruir provas.

O Iabas é uma caixa preta que precisa ser aberta. É presidido por um dentista, atua em São Paulo na Prefeitura, tem uma estrutura administrativa já colapsada para os contratos existentes e ainda mais para uma operação de guerra como a dos hospitais de campanha no Rio.

A Organização Social depende dos pagamentos antecipados do Estado para funcionar e como os contratos estão sob a lupa dos órgãos de controle não terá como iniciar a prestação de serviço contratado de forma plena sem receber. O risco maior é que o valor de R$ 770 milhões seja diluído em seis meses, para um cliente falido e sem fôlego financeiro.

Sem os hospitais de campanha a população carente do estado estará sem um equipamento que faz a diferença entre a vida é a morte. É preciso uma intervenção emergencial na implantação destes hospitais.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã