Por: Claudio Magnavita*
Quando o então ministro Sergio Moro revelou a sua conversa com o presidente Bolsonaro a imagem do WhatsApp registrava “Presidente - Novíssimo".
Todos em Brasília, inclusive os ministros do Supremo, sabem que, por orientação do segurança, o presidente troca de celular a cada 30 ou 40 dias. Pelos mesmos motivos, o vereador Carlos Bolsonaro, até com mais frequência, realiza troca.
Esta é uma prática mundial no caso do chefe de governo de uma nação. A espionagem internacional não é só coisa de cinema. Ela existe e na lista inclui as grandes potências.
Saber antecipadamente o que um presidente pensa é importante, apesar de que, no Brasil, basta assistir o noticiário. O presidente é transparente, às vezes até demais.
No passado recente, foi revelado que a presidente Dilma Rousseff foi grampeada até pela Alemanha.
O consenso em Brasília é de que o pedido do ministro do STF, Celso de Mello, não teria resultado prático nenhum, limitando-se a ser uma grande provocação com o Presidente da República.
Um celular para contribuir com investigação tem que ser apreendido de surpresa e não com pedido público com muita antecendência.
O efeito mais infeliz da atitude do decano ministro é, com o seu ato, minimizar a sandice da fala no vídeo do ministro da Educação, Abraham Weintraub.
O dois acabaram se nivelando no desrespeito ao princípio da autoridade, só que um foi chulo e o outro foi sórdido, ao colocar o seu linguajar barroco a serviço da discórdia.
*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã