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O ônus de não saber exonerar

Wilson Witzel pode agravar seus problemas por não ouvir as pessoas

Por: Claudio Magnavita*

Quando demitiu o major PM Edmar Santos da Secretaria de Saúde em pleno sábado e escolheu o médico Fernando Ferry, boa parte do núcleo duro do governo achava que o governador Wilson Witzel iria virar a mesa e colocar ordem na casa. No mesmo balaio, iria demitir também Lucas Tristão e Leo Rodrigues, e praticamente refundaria o governo.

Alguns jornalistas políticos chegaram a publicar que na lista estariam ainda Pedro Fernandes e Andre Moura. Só ficaria a bordo quem não tivesse nuvem sobre a cabeça.

Com as medidas tomadas, o governador ligaria para o STJ, MP, TCE, Alerj e TJ, comunicando as decisões radicais.

Na segunda-feira seguinte, veio o impacto da notícia. O demitido foi emplacado em uma nova secretaria e tudo ficou como estava, passando a imagem de um governador refém.

A decisão do ministro do STJ, Benedito Gonçalves, foi assinada na quinta-feira, 21, e nesta quarta-feira, a Justiça do Rio, ainda em primeira instância, anulou a posse do major PM no novo cargo. É a Justiça agindo como anti-corpo contra os atos do ex-juiz.

A sensação é que tudo isso poderia ser evitado. O governador é acusado de não ouvir ninguém e com isso agravar seu problemas. É por isso que hoje o que escuta são as lamúrias familiares, ao verem a esposa tragada para esta confusão pelo seu fiel escudeiro. Lamentavelmente quem perde é o Rio.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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