Omissão ou conivência?

CGE e TCE foram omissos ou coniventes com o caos da Saúde?

Por: Claudio Magnavita*

O que assistimos nesta quinta-feira, 9 de julho, na oitiva da ex- subsecretária de Saúde, Mariana Scardua, na Comissão de Saúde e da Covid 19 da Alerj, foi assustador.

A servidora, que participou da equipe de transição da atual administração, revelou as entranhas do maior (des)governo da história da administração pública.

O que ocorreu na saúde, com total despudor, é digno de ser classificado como crime de guerra e ter os seus personagens perfilados perante um pelotão de fuzilamento.

Scardua revelou aos deputados e a audiência incrédula na TV Alerj que todos os planos técnicos de emergência para o novo coronavírus foram engavetados.

Eles previam primeiro o aproveitamento da estrutura hospitalar pré-existente e a reativação de alas e andares vazios. Os hospitais de campanha só entravam no final da lista e mesmo assim acionados por unidades militares.

Revelou também que o gabinete engavetou os estudos técnicos que recomendavam a rescisão do contrato da unidade hospitalar administrada pelo Iabas e a seleção de uma nova OS.

Os estudos técnicos foram deixados de lado e toda a estratégia centrada em nove hospitais de campanha administrador pela própria Iabas, que estava sendo apedrejada por ineficiência.

No caso do Samu, a situação é similar: o estudo técnico para a seleção de uma Organização Social foi transformado em contratação de uma empresa individual. Um homem só para gerir um exército de ambulâncias e socorristas.

Não se deve imputar sozinho este assalto a mão armada ao executivo. Cadê os órgãos de controle? Cadê e Controladoria Geral do Estado? Por que contratações R$ 1,2 bilhão ocorreu sem nenhuma luz de alerta acender? Quem indicou Gabriell Neves e Edmar Santos? Eles agiram sozinho ou estavam sob qual guarda-chuva?

Esta passividade dos órgãos de controle precisa de uma apuração de emergência. Esta omissão é tão grave, como a de quem esperava colocar a mão na cumbuca.

*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã