Metrô e Supervia em colapso

É difícil imaginar o Rio sem seus principais modais ferroviários 

Por: Claudio Magnavita*

A sensação é que estamos todos na praia diante de um tsunami e todos ficamos bebericando, esperando a onda mortal chegar. É dessa forma que se pode representar o risco paralisação do modal de transportes por trilhos que serve ao Rio e a 11 municípios da região metropolitana.

O Metrô e e a Supervia estão à beira de um colapso. Este sistema é único no Brasil. São duas concessões viabilizadas pelo caixa da venda de bilhetes aos passageiros.

O Metrô só cobre os custos se transportar 550 mil passageiros/dia, segundo a Agência Estadual de Transportes. No início da pandemia, a queda de movimento foi de 87,25%. Antes, eram 900 mil passageiros e agora não chegam a 60 %, ou seja, 250 mil. A conta simplesmente não fecha.

Nos outros estados ou os trilhos são federais ou recebem subsídios, como o caso de São Paulo. Aqui não. O prejuízo recai sobre o concessionário que já consumiu as suas reservas para ficar vivo. O prejuízo ultrapassa R$ 150 milhões e são necessários mais 100 milhões até o fim do ano.

Diferentemente de outros modais, o Metrô tem de cuidar de tudo: estações, trilhos, pessoal e equipamentos. No ônibus, quem cuida das ruas é o poder público. Só a luz representa 20% do custo.

Como o sistema não pode parar, o impasse por um socorro torna eminente o colapso. É assustador imaginar o Rio sem o modal de trilhos, sem metrô e trens.

É um desastre anunciado já para agosto e será necessário acender as luzes de alerta do Estado e, principalmente, da União. O tsunami está chegando.

*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã