Por:

EDITORIAL: As armadilhas do PSC

Por Cláudio Magnavita *

Se o retorno do ex-deputado André Moura for carimbado como uma iniciativa do pastor da Assembleia de Deus Everaldo Pereira, presidente do PSC, estaremos assistindo o princípio do fim.
Todo o parafuso que o Governo Witzel atravessa tem sempre uma digital ou nuance que o liga à articulação ligada ao chefe do PSC.
Se o Governador tivesse deixado a legenda e migrado para o PSL, a sua situação seria outra. Teria cães ferozes para defendê-lo. Quem defende Witzel hoje na sua legenda? Ottoni de Paula? Márcio Pacheco?
A reaproximação de Moura e Witzel ocorreu na reunião da executiva partidária em Brasília, presidida pelo pastor da Assembleia de Deus.
Aliás, a Assembleia é a exemplo do PSC prodigioso em produzir encrenqueiros na política: os pastores Ottoni de Paula, Everaldo, Édson e Allan, este último com notas fiscais na prestação de contas do primeiro, que dão como endereço uma agência instalada no Campo de Golfe Olímpico, uma concessão da Prefeitura do Rio. Um alvo prioritário das investigações das fake news promovidas pelo ministro Alexandre de Moraes do STF.
A congregação deveria exigir que seus pastores se licenciassem quando entram na política partidária, para não macular a séria instituição.
O vice-governador Cláudio Castro não pode ficar refém de Everaldo e nem aceitar um Cavalo de Tróia que possa amarrar o seu governo, mesmo na interinidade. É o seu CPF que estará em jogo. Existem legendas prontas para recebê-lo com tapete vermelho .
É lamentável que o dono do Rio e do PSC tenha coragem para aumentar o seu apetite de poder com o Estado se dissolvendo, cercado por operações policiais de todos os lados.

Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.