Ninguém duvida que houve roubo

A sociedade quer um governante engajado e não um que deixe os assuntos por isso mesmo

Por: Claudio Magnavita*

A reação à decisão do ministro plantonista do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, só sepulta a tese que entre o governador Wilson Witzel e a Alerj houve uma composição. Durante o fim de semana, houve várias especulações sobre a chegada de André Moura e o fim do processo de impeachment.

A Alerj está unida e determinada a seguir enfrente, garantindo todo o direito de defesa e considerando normal que o governador Witzel lute para manter o seu mandato.

O cenário é de uma luta marcial oriental , onde os dois adversários se respeitam e a presença de Moura garante que não haverá golpes baixos e caneladas, bem diferente do MMA que estava ocorrendo.

O primeiro round foi no TJ-RJ e, agora no STF, é o segundo. Vão haver outros e fazem parte do jogo. Neste caso, a solução está com a Alerj: ou ela muda a comissão do processo de impeachment ou ela espera o pleno.

Neste processo, há pacto de governabilidade. O Rio está em recuperação judicial e enfrentamos uma pandemia. Além disso, existem as investigações da PGR e do MP-RJ.

Não podemos perder em vista alguns fatos: a saúde do Rio foi assaltada. Pessoas morreram e milhões foram jogados no ralo. A disputa de poder não deve afastar a sede de justiça da sociedade civil organizada. O que ocorreu com Iabas, Unir, Edmares, Pastores e Gabriells foi muito sério. É hora de cadeia. Pena que não tenhamos prisão perpétua ou pelotão de fuzilamento.

Se o governador for culpado, que perca o mandato; se for inocente, que prove e reassuma. O que a sociedade não quer é um governante que finja que estes graves assuntos ocorreram apenas no seu quintal, e vai ficar por isso mesmo. Houve roubo, ninguém duvida.

*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã