Prefeito proíbe eventos corporativos enquanto faz seus próprios eventos eleitorais

Decisão afeta um dos setores mais atingidos pela pandemia: o hoteleiro

Por: Claudio Magnavita*

O setor de eventos ficou perplexo com a decisão do grupo de notáveis (diga-se de passagem, altamente renumerados) de jogar para a última fase a liberação das reuniões corporativas.

É o maior tiro no pé da atual gestão. Além de tirar a competitividade do Rio, abre mão de uma preciosa fonte de renda. O turismo sangra e os notáveis nem aceitaram a qualificação de encontros corporativos, nem as classificações propostas por entidades como Apresenta, Abeoc e Convention Bureau.

Além dos notáveis, este absurdo tem paternidade: o vereador Felipe Michel, que comanda, com o seu time, a pasta de Envelhecimento e Eventos.

Faltou ao secretário interino entender e defender o restabelecimento dos eventos corporativos. Aliás, ele não deve saber do que se trata.

Este tema foi desdobrado da Secretaria Municipal de Turismo, que tem sido incansável na liberação.

A secretária estadual de Turismo, mesmo que interina, é oriunda da Abeoc e deveria ter entrado pesado neste jogo para defender o setor e pressionar.

O grande paradoxo é a Prefeitura liberar o funcionamento de saunas e termas, proibindo os eventos empresariais que geram receita, ocupam os hotéis e trazem divisas. Os poucos que estavam agendados estão sendo transferidos para São Paulo.

O curioso é que estamos em um período pré-eleitoral e a estrutura de campanha de Crivella tem realizado vários eventos com o partidos da base. São reuniões com 50, 80 e 100 pessoas. Outros partidos também se mobilizam, como foi o caso do PSL nos salões do Golfe Olímpico. O próprio prefeito compareceu a uma reunião com quase 50 empresários na última sexta-feira, dia 31, na casa do senador Ney Suassuna. Na prática, estes são eventos do mesmo molde dos empresariais que a Prefeitura nega. Aliás, um verdadeiro contrassenso.

O Rio perder os poucos eventos corporativos que estavam agendados é um crime. Isso vai gerar desemprego e agravar a crise de um dos setores mais afetados pela pandemia. É lamentável!

*Claudio Magnavita é Diretor de Redação do Correio da Manhã