Queimar livros é ato de nazistas

Sim, este episódio lembra o nazismo – o que deveria causar extrema repulsa e tristeza no Brasil, hoje movido pela intolerância e pelo desrespeito aos valores da democracia, sistema que nos garante liberdade individual e coletiva. Um casal de idiotas resolveu queimar livros de Paulo Coelho – um dos mais reconhecidos escritores do país no mundo – porque ele diverge das posições do presidente da República, Jair Bolsonaro – que silencia diante de uma violência cultural, que certamente repercutirá em todo o mundo, jogando a imagem do Brasil no esgoto.


O Correio da Manhã presta sua solidariedade a Paulo Coelho, integrante da Academia Brasileira de Letras e de clubes literários de todo planeta. A reação a este ataque primário da ignorância política já se faz sentir. É o caso do O Pen Clube do Brasil, único órgão internacional de que dispomos em defesa irrestrita tanto da liberdade de expressão de quem escreve e emite opiniões, quanto de seus escritores e jornalistas. O Pen Clube condena o gesto de usar a bastardia de tal censura, cujas origens medievais são sobejamente reconhecidas, não podem, em nenhum momento serem ignorados por nossa sede em Londres (...).


É inacreditável que uma ação assim – sustentada pela ignorância e pelo atraso cultural de grande parcela da população brasileira – não seja repudiada pelos órgãos do governo, a exemplo da chamada Secretária Especial de Cultura. Obviamente, com o tempo, este atraso será extinto do Brasil.