Silva e Luna tem histórico impecável

Por Claudio Magnavita*

A gangorra de sobe e desce nas ações da Petrobrás merece algumas reflexões. A primeira queda, ocorrida logo na sequência do anúncio da troca de presidentes, é fruto de um grande movimento. Quem ofereceu os papéis sabia da mudança da empresa. Houve fortes sinais de especulação.

Grande parte da mídia novamente se colocou a serviço do mercado. Transformaram uma mudança natural, a não renovação de uma mandato que expirava, em demissão intempestiva. O período de gestão de Castello Branco expira agora. Não há mecanismo que obrigue o acionista majoritário a renová-lo. Com mais de 50% das ações com direito a voto, cabe ao governo escolher os dirigentes.

Muito mais do que a nomeação do presidente da Itaipu, Joaquim Silva e Luna, para a Petrobrás, o noticiário negativo em massa sobre uma “intervenção presidencial” criou um clima de apavoramento. O paradoxo é que a insegurança criada por parte da mídia validou manchetes, que, quando escritas, eram apenas ficção. O único grande jornal de economia do país faz parte deste coro de oposição ao Governo. Não houve uma linha que tranquilizasse o mercado pelo currículo do novo presidente da Petrobrás. Quem tem crédito é aquele que em dois anos não promoveu uma única interferência na gestão da estatal. O comportamento de Castello Branco explica a razão da sua saída: perdeu-se a confiança. No currículo de Silva e Luna não há nada que o desabone e crie este clima de terrorismo. O seu pecado é ser general da reserva?

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã