Sem vacinação não há reeleição

Por Claudio Magnavita*

A bolha que se forma no entorno do ocupante da Presidência da República ou de um governo estadual tem o demérito de se afastá-los da realidade.

No últimos dia tem crescido no entorno do presidente Bolsonaro uma cruzada contra o lockdown atrelada à teoria da conspiração que reúne governadores de oposição na tentativa de estabelecer um confronto com o Planalto. Esta nova cruzada distancia perigosamente o foco de uma solução geral, que esvazia a necessidade de lockdown.
O presidente Jair Bolsonaro ainda não foi motivado pela sua equipe a abraçar a causa da vacina e defendê-la publicamente como retomada para os negócios e economia.

Os grandes setores econômicos apostam na vacinação em massa como o principal vetor de aquecimento dos negócios.
Toda esta energia de confronto deveria ser utilizada para acelerar a aquisição de vacinas, turbinar a Anvisa, respaldar a Fiocruz e o presidente assumir um protagonismo que lhe é devido. Na prática, a campanha de 2022 começou e não com a guerra do lockdown. A estrela da próxima eleição será a vacina.

Os marqueteiros do presidente deveriam colocar este tema na ordem do dia na agenda da reeleição. O próprio Bolsonaro deveria ir a Israel esta semana, país que está dando um show neste campo e mostrar seu envolvimento. Ele chegará na disputa de 2022 menor do que 2018.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã