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A burrice aliada ao medo

Por Claudio Magnavita*

Há alguns anos, o publicitário Duda Mendonça criou um anúncio defendendo o diálogo entre pais e filhos. Com um lembrete: motel também abre durante o dia. Não adiantava regular o horário proibindo os filhos de chegar tarde. A solução era educar, dizia a peça publicitária.

O que o prefeito Eduardo Paes decidiu nesta quinta, 4 de março, é algo parecido. Mistura bares e festas com estabelecimentos de alimentação fora do lar, os restaurantes. Limitar o horário de funcionamento até as 17 é matar o único turno – o noturno – que gera fluxo faturamento para manter a operação. Atingir em cheio estabelecimentos sólidos, que já obedecem às regras de distanciamento e cuidados sanitários, é ajudar a liquidar um setor que estava na UTI.

Usar o argumento de proteção da vida contra restaurantes, que geram centenas de empregos e já operavam com 50% da capacidade, é uma covardia. Bar é uma coisa, restaurante é outra. Era só separar as coisas.

Além de tomar a medida de forma intempestiva, a maioria das casas fez estoque de perecíveis. Este foi um setor que muito sofreu e estava passando por uma retomada gradual. Quem fez a medida não conhece o setor.

A Prefeitura falha ao promover aglomeração nos transportes públicos e acabar com as festas clandestinas que proliferaram no carnaval. Com o Estado, o prefeito havia acordado o funcionamento dos estabelecimentos até as 23 horas; depois, mudou.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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