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2018 foi jogo de damas. 2022 será xadrez

Por Claudio Magnavita*

O título, inspirado na frase de um conhecido publicitário, define o cenário eleitoral após o pronunciamento do ex-presidente Lula no dia 10 de março, quando ficou claro que ele será candidato à presidência em 2022.

“A eleição de 2018 foi um jogo de damas e a de 2022 será um jogo de xadrez”, afirmou esse publicitário, que atuou em várias campanhas.

A engenharia que Jair Bolsonaro terá de usar é bem sofisticada. Inclui a convivência com um candidato que partirá de num percentual parecido com o seu. Lula deve começar com os mesmos 30% do presidente. O percentual restante deverá ser divido entre aqueles que irão para a aventura à espera de um milagre: João Doria, Luiz Henrique Mandetta, Sérgio Moro, Guilherme Boulos e, quem sabe, Luciano Huck.

Agora Bolsonaro terá de usar tempo de televisão para se defender de ataques e para prestar contas da sua gestão. O estilingue virou vitrine. A internet não terá o mesmo peso eleitoral.

Neste jogo de xadrez com o Centrão, o Ministério da Saúde já está na mira desses aliados em 2021. É o mais parrudo orçamento da Esplanada. Uma delicada equação envolverá a escolha do vice. Um nome que não caia na tentação da reedição do efeito Temer com Dilma.

Já Lula faz aceno para interlocução com antigos aliados do Centro. Agora o jogo é para políticos veteranos e sem onda para surfar. Este xadrez envolve humildade, diálogo e olho vivo.

*Claudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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