Justiça por Marielle e Anderson

Três anos se passaram desde o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. O crime chocou o país, porém, segue sem desfecho. A notícia dada esta semana pelo TJ, de que o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz – acusados de serem os executores – responderão também na esfera cível pelo crime ainda é pouco perto daquilo que se espera das autoridades.

Nem mesmo os grupos de apoio às investigações, criados em esferas e órgãos distintos, foram capazes de encontrar os mandantes do crime. No país onde a média de assassinatos e atentados contra políticos é de 27 casos por ano, prender os executores e determinar o bloqueio de seus respectivos bens, não basta. É preciso aprofundar.

Também é preciso entender que o “toma lá dá cá” político que a morte de Marielle alimenta de nada ajudará. Foram anos de trocas de farpas entre extrema-direita e esquerda. Ou vice-versa. Marielle e Anderson precisam de justiça, mas também precisam descansar. Não dá mais para tratar um caso tão grave como bandeira partidária.

Marielle jamais será esquecida. Sua luta, principalmente por ser pobre, negra e homossexual, precisa ser valorizada ainda mais. Sua representatividade é única, mas é preciso seguir.
Atento aos fatos, o Correio da Manhã seguirá cobrando respostas das autoridades, certo de que a Justiça é e deve ser para todos.