As graves ‘peraltices’ de Renan

Por Cláudio Magnavita*

O presidente Jair Bolsonaro fez da política a sua razão de viver. Os três filhos mais velhos entraram na política antes do voo presidencial. Foram legitimamente eleitos pelas urnas, complementando um leque de representatividade nos níveis municipal, estadual e federal por outro estado da federação.

Não se pode questionar este espaço ocupado pelo clã. Foi legítimo e outorgado pelas urnas. Um núcleo unido por laços consanguíneos deu origem a um projeto político que conquistou o Brasil.

Já o caçula dos varões, Renan, enveredou por um terreno tortuoso. Foi atraído pelo canto de oportunistas que sempre gravitam em torno de quem está no núcleo do poder.

O rapaz, de 23 anos, deveria ter se mantido longe de qualquer atividade empresarial, principalmente quando a mesma toca em atividades institucionais. Ele porta o maior cartão de visitas que existe no Governo, o sobrenome Bolsonaro.

Filho de Presidente, principalmente pós-adolescente, deveria ser enviado para estudar no exterior, preferencialmente para bem longe. Para a Austrália ou Nova Zelândia, por exemplo.

Abrir um escritório em Brasília, usar redes sociais para uma festiva inauguração e criar conexões com agentes públicos é um pecado que pode ser corrigido, atribuído a uma ingenuidade maliciosa de um jovem. É grave, porque temos o exemplo da Lulinha, que seguiu na mesma toada. Porém, com uma diferença: Renan não teve o aval do pai nesta sua peraltice, ao contrário de Lula, que incentivava o filho, “gênio dos negócios”.

Este assunto deve ser encerrado, a empresa fechada e o MPF investigar principalmente os sócios e aqueles que quiseram um atalho para o poder. O saneamento pode e deve ser feito, e o jovem rapaz despachado para um curso no exterior. E que só retorne quando adquirir maturidade suficiente para mensurar as consequências dos seus atos e estiver vacinado contra a sedução dos bajuladores.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã