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Paes e Neves juntos pelo Guanabara

Por Cláudio Magnavita*

Uma velha raposa da política fluminense, muito ligada a César Maia, avisou ao governador Cláudio Castro que ele não teria o apoio do prefeito Eduardo Paes. Disse também que na primeira oportunidade haveria um rompimento público, principalmente se ele percebesse que não haveria subserviência do governador a sua agenda.

Ao postar nas redes sociais a criação da "CastroFolia", a Micareta do Governador, criticando o feriadão de 10 dias, ficou claro, com o uso do tom jocoso por Paes, que a briga tem objetivos políticos e eleitorais.

O uso de Niterói como muleta, já que o desgaste do Prefeito nestes primeiros três meses tem sido enorme, revela uma articulação com Rodrigo Neves, ex-prefeito e líder político de Axel Grael, seu sucessor na prefeitura daquela cidade.

A saída de Paes para concorrer à esquerda provoca uma confluência natural com os objetivos de Neves, também sonhando com o Guanabara, apesar dos pesadelos judiciais que enfrenta.

O radicalismo da proposta de Paes e do abduzido Grael não fica em pé ao enfrentar alguns argumentos: se é tão grave por que esperar cinco dias e não fechar tudo já esta semana? O vírus sabe ler Diário Oficial, vai esperar a sexta-feira chegar?

Os dois alcaides se escudam nos seus conselhos científicos. Cadê as atas das reuniões e cadê as recomendações expressas? Cadê os critérios? Não fecham igrejas para não irritar o eleitorado religioso, mas fecham shoppings por 10 dias. As prefeituras vão isentar o IPTU desses equipamentos ou outros impostos pelo período que interferem nos negócios?

O deputado Marcelo Freixo usou as redes sociais para elogiar os dois prefeitos. Mais um componente neste jogo que transforma este embate na largada da corrida de 2022.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

 

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