Por que escondem isso: 10,6 milhões de curados e 15,7 milhões de vacinados?

Por Cláudio Magnavita*

A posse de Marcelo Queiroga ocorreu depois de superar um obstáculo técnico: a alteração do contrato social das duas empresas que possui e nas quais ocupava a função de sócio-administrador, o que, por lei, é incompatível com o cargo de ministro.

Se tivesse assumido sem mudar os contratos, estaria cometendo uma ilegalidade e seria massacrado pela mídia. O novo ministro já demonstrou estar habilitado para o cargo e para enfrentar batalhões de repórteres, como fez pela manhã da quarta, 24, em um pronunciamento após a reunião das lideranças dos três poderes. À tarde, participou de uma entrevista coletiva e não se negou a responder nenhuma pergunta. Demonstrou articulação, ser conhecedor da missão que lhe foi delegada e que está à altura do cargo.

A chegada de Queiroga ocorre quando o Brasil atingem a marca de 15,7 milhões de vacinados e 10,6 milhões de recuperados. O noticiário fala na marca de 300 mil mortos. É uma tragédia. Existem, porém, mais de 10 milhões de recuperados. O pessimismo é o que impera. Vender o medo é fácil.

O novo ministro promete 1 milhão de vacinados por dia. Vai chamar as forças armadas para a missão. Ao invés de acreditar e aplaudir, desdenhamos. O sentimento é de torcida pela morte sim, mas de um paciente: o governo Bolsonaro. Não há uma lufada de esperança. Estar infectado virou sentença de morte. O Brasil se uniu e o presidente se curvou aos apelos. Esconder a realidade é ser aliado do lado mortal do vírus.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã