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Os mistérios da Petrobras: Só depois de vender refinaria, diretores avisam que sairão


Por Cláudio Magnavita*


Como sua sede é no Rio, os assuntos referentes à Petrobras interessam diretamente ao estado fluminense. No dia 12 de abril, fica consumada a saída de Roberto Castello Branco e a eleição de Joaquim Silva e Luna.


Nesta reta final, a decisão de quatro diretores de não renovarem seus mandatos e saírem junto Castello Branco, demonstra que o presidente Bolsonaro atirou no que viu e acertou no que não viu.


Ao saírem de forma coletiva, esses diretores mostram que não tinham nenhum compromisso com o acionista maior. Estavam lá a serviço de um núcleo de gestão que ignorava estar no comando de uma estatal e agiam como se não tivessem que dar satisfação a ninguém, além do lucro e da remuneração do capital.


A Petrobras é detentora do monopólio do setor, posição que lhe permite ditar os preços e criar regras para o combustível das bombas.


A sensação é que Castello Branco quer confrontar o presidente até o último dia do mandato. A venda, nesta semana da his- tórica refinaria Ranulfo Alves, na Bahia, para o fundo Mubadala por 1,65 bilhões de dólares, 20 dias antes de terminar o mandato é de um açodamento curioso. Após a venda, quatro diretores resolvem sair, como se a missão estivesse concluída. Antes do Rio, a Bahia era o paraíso da Petrobras (o petróleo foi descoberto em Lobato). O Mubadala é o que queria levar a Invepar junto com a Lamsa. O faro de Bolsonaro acertou nesta mudança. Muita coisa vai surgir.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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