Por:

O perigo dos puxa-sacos infiéis

Por Cláudio Magnavita*

Como a Disneylândia, o Reino da Fantasia que se formou no entorno do gabinete presidencial, o presidente Jair Bolsonaro começa a experimentar o que os outros presidentes batizaram de “solidão do poder”. É o momento no qual os amigos leais e atrelados ao projeto que deu certo são substituídos por oportunistas de plantão e puxa-sacos. Não pensam no país, nem no projeto de nação. Querem apenas usufruir e fazer negócios.

O puxa-saquismo amolece um presidente ou um governador. Ela passa a ouvir o que quer ouvir, geralmente falsas promessas e não o que precisa ser dito. Por onde anda o presidente que desafiou a todos e a todas? O que enfrentou uma mídia raivosa já na campanha e se elegeu porque se sintonizou com a moralidade, o fim do “toma lá dá cá” e condenava os que se serviam do Brasil e não serviam a pátria?

Hoje, a Globo lhe imputa a responsabilidade das 300 mil mortes. O Centrão embarcou e quer o seu quinhão. Alguns ministros viraram arautos do óbvio. Da lista de bolsonaristas fiéis e históricos, todos estão sendo abatido um a um. Vai sobrar um capitão, sozinho, acuado em uma roda de generais. Algo de bom não sairá desta equação.

Na mesma semana em que Lula recebe sua carta de alforria, os banqueiros fazem sua carta de pressão. Hoje o Governo parece mais com o de Temer, do que o de Bolsonaro 2019. Quem aceita uma chantagem será eternamente chantageado. Os inimigos externos todos conhecem; já os internos...

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.