Paes completa 100 dias sem acabar com super salários

Por Cláudio Magnavita*

Sob o comando do prefeito Eduardo Paes, nos últimos três meses, a Prefeitura do Rio de Janeiro teria tudo para ser diferente. No próximo dia 8 a atual gestão completa 100 dias. Qual o saldo? Quem apostou na experiência do alcaide para outorgar o seu voto, superando o mar de acusações, delações premiadas, acordos de leniência e o entulho dos escândalos da OAS, Delta, Carioca Engenharia, Lamsa, Invepar, Odebrecht, Fetranspor e outros no mar de lama, esperava o fim da velha máxima: “Tem tudo isso, mas ele faz”.

E o que ele fez nesses quase 100 dias? Aumentou o numero de secretarias em uma dezena. Todas com estruturas próprias e cargos de assessores. Agora circula a lista dos secretários que turbinaram os seus salários de R$ 16.427,78 com gratificações adicionais de R$ 10.000,00. O imberbe Salvino de Oliveira Barbosa, um queridinho do prefeito, ganhou, em março, R$ 26.427,78. Usar a verba do gabinete para se autorremunerar, pode ser legal, mas é imoral diante do quadro de pandemia. Insatisfeito, quer criar uma nova secretaria para fazer birra com Bolsonaro.

O BRT vai ser rebatizado de Câmara Coletiva de Contaminação–CCC. Faz lockdown e deixa em colapso um sistema que ele mesmo inventou. Trocou o apartamento da Lagoa pela luxuosa Gávea (Nada) Pequena, com todas as mordomias pagas pelo erário publico. Algum contribuinte aceita, em 2021, pagar esta conta de casa, comida e roupa lavada? A prefeitura está em crise? Cadê os exemplos de austeridade?

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã