Traficante é bandido! Não basta o que fizeram com o Tim Lopes?
Por Cláudio Magnavita*
Em que país do mundo uma polícia que fosse recebida com tiros de fuzil, granada e artilharia pesada não reagiria? O que aconteceria se alguma “pessoa” chegasse empunhando um fuzil na Times Square em Nova Iorque ou nos Champs-Élysées em Paris?
A Polícia Civil preparou um relatório sobre o passado criminoso dos 27 bandidos mortos em conflito no Jacarezinho. São 70 páginas com fotos que não deixam dúvida sobre o enfrentamento que ocorreu.
Parte da mídia, inclusive a emissora na qual trabalhou Tim Lopes, se encarregou de focar em um menor e uma das “pessoas” que não tinham registro policial, mas que nas redes sociais e por depoimentos de familiares estavam envolvidos com a bandidagem.
Como esquecer o que ocorreu com o Tim? Torturado e abusado pelos bandidos em um território sem lei e dominado por marginais armados até os dentes? Esqueceram o “forno”, formado por pneus, no qual o repórter foi calcinado?
O que o STF fez no Rio – com apoio de parte da esquerda que acha que policial é bandido e bandido é herói – endossado por segmentos da mídia, foi criar um manto de impunidade e fronteiras para o crime organizado. Um muro jurídico que só protegeu os territórios no qual Tim Lopes foi abatido. O relatório fala de vários policiais abatidos nos últimos anos pela mesma facção. Esta parte da mídia ignorou os nomes. Nosso mártir da mídia, Tim Lopes, deve estar envergonhado lá em cima.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
