Só o sucesso da economia nos trará paz
Por Cláudio Magnavita*
O clima de antagonismo entre esquerda e direita tem dividido o país desde 2018. A pandemia, em 2019, não nos uniu como era de ser esperar. Só agravou, funcionou como uma nova cepa do vírus divisionista.
Esta situação de ânimos acirrados e extremistas está corroendo o conceito de nação. Estamos virando um país de facções.
O Supremo Tribunal Federal, que poderia ter o papel de moderador, só agrava este cenário de repúdio quando politiza suas decisões.
É um engodo achar que Lula será a solução pacificadora. A sua rejeição e o passado enlameado só jogará a gangorra para o outro lado. O que o Brasil precisa é de paz, de estabilidade, inclusive jurídica.
Ciro Gomes, com uma granada armada entre os dentes e touca de ninja, nos trará isso? Ou ainda um neófito quase imberbe, como Eduardo Leite, é a solução ?
O próprio governador João Doria, que não consegue pacificar nem o PSDB, trará a paz que o Brasil necessita?
A reeleição do presidente Jair Bolsonaro manterá o clima de cisão e dificilmente adotará o clima de harmonia. Seus inimigos são declarados, inclusive na mídia.
Não foi lhe dada qualquer trégua após a conquista da presidência. A artilharia é constante.
Quem já começa a ter seu encontro com a história é o ex-presidente Michel Temer. Seu governo já é lembrado com saudade. Havia estabilidade, bons ministros e as reformas avançaram. Sua figura era presidencial e havia respeito institucional.
Infelizmente o Brasil não gerou novos líderes nos últimos 10 anos.
O ideal era um Michel Temer sem o punhado de viciados em corrupção que o acompanharam. É difícil apontar um nome que traga a unificação e a paz que precisamos.
O maior eleitor em 2022 será a economia. Se os números reagirem, cair a taxa de desemprego e houver uma real distribuição de renda, Bolsonaro terá chance de diminuir a artilharia. Seu futuro está nas mãos de do ministro Paulo Guedes.
Fala-se em terceira via, porém, o Brasil, desunido, não aguenta um salto no escuro. Não há nomes que não tragam riscos. Os aspectos positivos e negativos do Lula nós já conhecemos. É bom lembrar que a conta do colapso da economia do Governo Dilma Rousseff pode ser espetada nas costas de Lula.
Os aspectos negativos de Bolsonaro já sabemos em overdose. Será que não há nada de positivo ocorrendo no Planalto? A mídia e oposição ajudam a dizer que não.
É neste momento que entra o fato Paulo Guedes. Nunca tanta responsabilidade esteve nas mãos de um só homem na história do Brasil. Só o sucesso econômico da atual gestão nos trará a paz de que precisamos e será capaz de transformar o presidente em um estadista. Sem este sucesso, estaremos entregues ao Lulismo ou a um salto no escuro.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã
