Gestores municipais na mira do MPRJ
Por Cláudio Magnavita*
O que ocorreu em Itatiaia é alarmante. O prefeito interino foi afastado hoje por manter as práticas da primeira fase da operação Apanthropia, que, em abril deste ano, prendeu o então secretário de Saúde da cidade e outros quatro acusados de integrarem uma organização criminosa responsável por lesar o erário público ao adquirir equipamentos de combate à covid-19 comprados pela administração municipal.
O prejuízo aproximado foi de R$ 3 milhões, decorrente de sobrepreço. O MPRJ conseguiu suspender na Justiça outros contratos relacionados à saúde de Itatiaia, em razão de inúmeros indícios de fraudes, evitando danos ao erário no valor aproximado de R$ 25 milhões de reais.
Dois meses depois, uma nova operação encontra fraudes na saúde do município. O MPRJ, na gestão do procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, colocou uma forte lupa no interior, fruto da sua experiência na região de Cabo Frio.
Não é o único caso. A denúncia da construção de uma mansão pelo prefeito de Mangaratiba, Alan Bombeiro, em um distrito de Rio Claro já está sendo investigada pelo MP.
O desvio de verba destinada ao combate à pandemia por gestores municipais deveria ser crime hediondo. São mercadores da morte que merecem punição com pena capital.
O Rio tem apenas 92 municípios e o cerco aos maus gestores municipais apenas começou.
*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã