O candidato da cizânia

O candidato da cizânia 

Por Cláudio Magnavita*

Ao colocar sua candidatura na rua, o ex-prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, está fazendo exatamente o que a direita queria: dividir a esquerda.

Em sua incontinência verbal nas primeiras entrevistas à imprensa, escolheu como alvo Marcelo Freixo, desqualificando sua capacidade de diálogo e de aglutinar as classes produtivas.

Depois de ter traído o PT e pulado para o PDT, Neves tentou regressar ao partido de origem. Agora, ele crucifica Freixo por ter deixado o PSOL e ido para o PSB, em busca de uma legenda mais palatável para o centro, como fez Flávio Dino, no Maranhão.

Neves deixou a Prefeitura de Niterói bem avaliado e elegeu seu sucessor, Axel Grael, porém trouxe junto um enorme passivo judicial e questões que chegaram a custar a sua liberdade e afastamento temporário da administração municipal. Em uma pesquisa na internet, é possível descobrir que ele já passou da casa dos 171 processos e já está na 173ª citação judicial.

De olho no Palácio Guanabara, ele começa exatamente atirando no maior nome da esquerda fluminense e que aparece com folga nas pesquisas, enquanto Neves patina em insignificantes índices, às vezes perdendo até para o desconhecido presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz.

A temporada em Portugal não foi suficiente para aplacar a megalomania do ex-alcaide papa-goiaba. Está preso na mesma bolha egocêntrica que o encapsulou na prefeitura, quando achava que era o centro do mundo e que o fez sonhar até com a Presidência da República. Começar atacando a esquerda, em especial, Freixo, é sinal de que seu egocentrismo político, que o coloca a se ver até como superior ao próprio PDT, ainda é o seu pior pecado.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã