Jogos de Tóquio trazem de volta as lembranças de um Rio 2016 incomparável

Jogos de Tóquio trazem de volta as lembranças de um Rio 2016 incomparável

Que a Pira Olímpica reacenda o amor pelo Rio 

Por Cláudio Magnavita*

O espírito de vira-lata acompanha o inconsciente do Brasil desde que éramos colônia. Não conseguimos valorizar nossas realizações. A ressaca de 2016 parece não ter sido curada até hoje. Dias antes da abertura da Olimpíada, todos as manchetes anunciavam um desastre. Não ia dar certo. Na noite de abertura, ocorreu a mágica da virada. O espetáculo assinado por Abel Gomes encantou o mundo e revelou um sucesso nos mínimos detalhes.

O Rio deixa hoje de ser a última cidade olímpica. O título agora é de Tóquio. Ficamos no pódio por 5 anos. A Olimpíada aberta oficialmente nesta sexta, 23 não terá a presença do público, será atípica. A torcida brasileira nos jogos do Rio foi um espetáculo que dificilmente se repetirá.

Ao acender, nesta quinta, 22 de julho, novamente a Pira Olímpica Rio 2016, uma escultura de Anthony Howe que ficou como legado, deveríamos voltar a nos conectar com aqueles dias que colocaram nossa cidade como centro das atenções do planeta. Na solenidade desta quinta, o prefeito Eduardo Paes revelou um comentário de seu secretário Washington Fajardo sobre a perda do clima de empoderamento que o carioca viveu em 2016 e do alto astral de um país que passou a ser dividido e com referências negativas no exterior.

Hoje, só conseguimos olhar para a metade do copo vazio. O que o Rio ganhou ao sediar os jogos entrou no nosso cotidiano, principalmente na questão da mobilidade urbana. A Barra da Tijuca é um exemplo de transformação, uma região de primeiro mundo, com metrô, BRT, vias expressas, duplicação de acessos, a valorização da área do llha Pura e o próprio Parque Olímpico. No comando da cidade está o mesmo prefeito que as construiu e terá a oportunidade de complementar o que foi planejado. Que a pira de 2016, agora reacesa, reacenda nos nossos corações o orgulho de sermos cariocas e o privilégio de vivermos em uma cidade que já foi aplaudida pelo planeta.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã