Fux cancela encontro dos chefe dos poderes, enquanto ministro faz festança

Fux cancela encontro dos chefe dos poderes, enquanto ministro faz festança

Festão para comemorar o quê, Faria?

Por Cláudio Magnavita*

O que está acontecendo no Palácio do Planalto é grave. São duas as hipóteses: ou todo mundo está dormindo ou todos estão traindo o presidente Jair Bolsonaro. É inacreditável que um ministro de uma área vital, Comunicação Social e Telecomunicações, Fábio Faria promova uma festança na sua mansão em Brasília em homenagem à chegada do líder do Centrão, Ciro Nogueira à chefia da Casa Civil. A festa, como uma espécie de Baile da Ilha Fiscal dos últimos dias do Império, é uma sandice. Vivemos um delicado momento de embates entre os poderes. A fala do Ministro Luiz Fux, nesta quinta, 5, cancelando a reunião entre os chefes dos três poderes, e as duras mensagens do seu texto revelam a gravidade da situação.

A sensação é que o presidente Jair Bolsonaro está sozinho. Os nomes que o cercam são incapazes de emitir qualquer sinalização de uma ação estratégica em curso, além do conflito pelo conflito. Cadê os conselheiros? Cadê os bombeiros?

Falta hoje no Governo quem coloque na mesa, com frieza e franqueza, os limites que a situação exige. A fala de Fux é direta e sem entrelinhas. Cobra o aviso prévio que foi dado. O conflito só incendeia uma base bolsonarista que hoje encolheu e não passa de 15% do eleitorado.

O péssimo exemplo de Faria, não só com a festa inoportuna, mas com uma rede nacional convocada para falar da privatização dos Correios, mais um dos grandes negócios que abraçou, só atiçou fogo por sinalizar desemprego.

Alguém já colou o nome do deputado Eduardo Bolsonaro para suceder o pai, caso algo lhe aconteça. Uma exceção honrosa nestes momentos de aparente braços cruzados é a postura do General Braga Netto. Ele está fazendo falta no dia a dia do Planalto. Aliás, o núcleo estratégico de 2019 foi reduzido a um grupo de puxa-sacos incapazes de dizer ao presidente o que ele precisa ouvir, que só potencializam a situação, com puxa-saquismo e pensando no próprio umbigo, como Fábio 5 G Faria.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã