Ministros cariocas renegam o Rio

Ministros cariocas renegam o Rio

Por Cláudio Magnavita*

Um ditado popular diz “Deus, protegei-me dos amigos, porque dos inimigos, cuido eu...” Na atual fase do Governo Bolsonaro o provérbio poderia ser adaptado para “Deus, protegei-nos dos ministros do Rio, porque dos inimigos cuidamos nós”.

A dupla Paulo Guedes e Tarcísio Freitas deve ter algum defeito no DNA que os leva a maltratar o estado de nascimento. Aliás, algo que só Sigmund Freud poderia explicar, porque se aplica também ao ex-presidente Câmara, Rodrigo Maia, e até ao presidente Jair Bolsonaro, que, apesar de nascido em Glicério, em São Paulo, fez sua vida política no Rio. Uma exceção honrosa é o presidente do STF, Luiz Fux, sempre sensível às pautas do Rio.

Guedes fez tudo para sufocar o Rio nas negociações da dívida e da recuperação fiscal. Despertou até o lado pitbull do governador Cláudio Castro.

O ministro Tarcísio Freitas, além de lavar as mãos na questão do Galeão, pegou uma gorda compensação de uma empresa ferroviária que atuava no Estado e mandou todo o valor para o Metrô de Belo Horizonte. Já o presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, foi contra um projeto imobiliário que o ex-prefeito Marcelo Crivella tentou implantar para professores, enquanto o carioquíssimo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, olha mais para as empresas paulistas.

O Rio não merece ser tratado desta forma por esses ministros sem qualquer bairrismo. Neste quesito, viva o Nordeste com seus ministros e parlamentares bairristas.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã