Colapso que poderia ter sido evitado

Colapso que poderia ter sido evitado

Por Cláudio Magnavita*

Com 96% dos leitos de UTI ocupados, 65% deles por pacientes idosos, o Rio atinge uma perigosa marca que pode levar ao colapso a rede pública de saúde. Ao acender a luz vermelha, a Prefeitura poderá adotar medidas duras e restritivas.

O último fim de semana foi assustador. Praias lotadas, bares e baladas lotando as ruas, tumulto no transporte público e milhares de pessoas sem máscara, como se a pandemia tivesse acabado. O prenúncio do sol transformou o sistema de transporte público e as praias em espaços de contaminação coletiva.

Uma das funções do poder público é promover campanhas de orientação. Nesse quesito, a União e a Prefeitura do Rio foram reprovados. O Estado fez alguns ensaios, principalmente quanto à vacina, porém tímidos e abaixo do necessário.

O caso do Prefeitura do Rio é mais grave. Não foi renovado o contrato das agências de publicidade e nem o de assessoria de imprensa. A comunicação municipal ficou nas mãos de poucos profissionais, sem a estrutura que uma metrópole precisa.

No caso das agências, a Prefeitura mentiu em juízo. Alegou que não haveria campanhas, nem de utilidade pública, apesar de dois meses depois abrir licitação de R$ 240 milhões, que deve ser o prêmio das agências que trabalharam para o candidato, como apontam rumores do mercado. A economia seria motivada para poupar recursos para a saúde.

Uma das regras básicas da OMS é prevenção como ferramenta.  A situação é assustadora e os números nas UTIs reforçam que estamos à beira de um colapso por  pura desinformação da população.

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã