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Uma humilde reflexão

Uma humilde reflexão 

Por Cláudio Magnavita*

A Academia Brasileira de Letras é uma das instituições mais sérias do Brasil. Não é apenas o baluarte do nosso idioma, mas a depositária da inteligência que há décadas nos ajuda a incorporar o sentimento de nação. É também o elo que nos une aos países lusófonos, irmãos na língua portuguesa, os quais historicamente resistimos a prestigiar e a sermos próximos.

Na página 3 desta edição, na Coluna “Há 100 anos”, lembramos que, exatamente um século atrás, a ABL prestava homenagem ao sexto centenário de morte do poeta Dante Alighieri. O CORREIO DA MANHÃ, em 120 anos, sempre publicou textos de acadêmicos, e chegou a ser dirigido por vários deles. Na edição de hoje, na mesma página 3, publicamos com orgulho artigo de um dos mais respeitados nomes do jornalismo e educação brasileira, o acadêmico Arnaldo Niskier.

Com esses predicados, o Correio da Manhã, tem a ousadia de convidar os acadêmicos a uma reflexão: com cinco vagas abertas, não teria chegado a hora da escolha de um nome, que, aos 80 anos de vida, tem um legado de pesquisa, produção literária e resgate da memória nacional? Um homem que sempre tratou a ABL com veneração e respeito. Falamos do nosso colunista Ricardo Cravo Albin. Paradoxalmente, muitos da sociedade já pensam que ele integra a Casa de Machado de Assis.

A busca da pluralidade com expoentes em diversas artes e ciências remete a Casa às suas origens e à matriz francesa. Deve-se, porém, preservar o erudito, a tradição das letras, que muitas vezes se popularizam na universalidade da música. As semelhanças que unem o saudoso Tarcísio Padilha e Cravo Albin, inclusive o pensamento católico, habilitam o último como candidato natural à vaga. Esta reflexão merece ser feita até por um ato de justiça e a tudo que a ABL representa. Como candidato, se o for, Ricardo Cravo Albin saberá se curvar, com humildade, ao julgamento dos 35 membros que hoje honram o fardão da ABL.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

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