Por:

Cutucaram a onça com vara curta

Cutucaram a onça com vara curta 

Por Cláudio Magnavita*

Um dos maiores erros do grupelho de senadores abutres que abduziu a CPI do Senado foi usar o relatório para mandar recado às Forças Armadas. Pedir o indiciamento do general Walter de Souza Braga Netto como forma de intimidar os militares e avisar que eles estão na mira do pelotão de fuzilamento de reputação criado por esses senadores é passar do limite. É um paradoxo ver um dos mais sérios e respeitados nomes, não apenas do Exército Brasileiro, mas de todo o comando superior das três armas, incorporar a seu currículo o “carimbo de indiciado” por uma CPI formada majoritariamente por senadores acusados de corrupção. Renan Calheiros e Omar Aziz não têm currículo, mas folha corrida. Braga Netto, por sua vez, é um general com carreira imaculada, desde seu ingresso na Academia Militar das Agulhas Negras, em 1975, até a chefia do Estado-Maior, em 2019. Hoje faz história como ministro da Defesa, emprestando a sua credibilidade e patrimônio moral ao governo federal.

Ao assumir a relatoria da CPI, Renan Calheiros disse que iria incomodar o Governo. Ninguém imaginaria que ele agiria como os camicazes japoneses. Essa sua atitude de intimidar as Forças Armadas é suicida. Basta comparar a autoridade moral do dedo acusador. As Forças Armadas foram fundamentais para combater a pandemia, transportar vacinas, pacientes, oxigênio e sofreram baixas com a Covid. Agora não recebem medalhas, mas um pedido de indiciamento feito por réus de processos de corrupção.

 

*Cláudio Magnavita é diretor de redação do Correio da Manhã

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.