Escolas de SP registraram 21 mortes e 4.084 casos de Covid-19 em um mês

Isabela Palhares (Folhapress)

Os dados são da Secretaria Estadual de Educação, que criou o Simed, sistema de notificação obrigatório para as escolas particulares e estaduais para casos suspeitos e confirmados da doença.

A maioria dos casos confirmados (59%) estão em escolas estaduais, seguido pelos colégios particulares (37%) e pelas unidades municipais (3%). Apenas 400 cidades paulistas são obrigadas a notificar os casos no Simed por terem seus sistemas de ensino regulados pelo estado. Dos 21 óbitos, 19 foram registrados em servidores e dois em alunos. A secretaria não informou se as mortes são apenas de escolas públicas ou particulares. Entre as vítimas fatais, 13 tinham doenças crônicas.

Dos casos confirmados da doença, 62% foram registrados em funcionários e 38% em estudantes. A maioria (62%) são mulheres. Não há informação sobre idade ou comorbidades entre as pessoas que foram infectadas. Segundo o boletim epidemiológico da Secretaria de Educação, os dados do primeiro mês de aulas presenciais mostram que a taxa de casos confirmados é "muito inferior" à observada no estado. Os números observados nas escolas mostram uma incidência de 41 casos por 100 mil habitantes -em São Paulo, a proporção geral é de 1.393 por 100 mil.

"A taxa de incidência notificada pelas escolas públicas e privadas foi 33 vezes menor do que a do Estado. Tal fato está em consonância com as evidências científicas que apontam que os números de contaminação relativos àqueles que frequentam o ambiente escolar são sempre inferiores aos da transmissão comunitária", diz o boletim.

O número de alunos e funcionários que frequentaram as escolas no último mês não é informado no boletim. Desde o início do ano, as unidades escolares estão autorizadas a oferecer atividades presenciais.

Atualmente, com o estado na fase vermelha diante da piora da pandemia, elas só podem funcionar com até 35% dos alunos. Os dados do Simed também mostram que há maior concentração de casos nas regiões de Araraquara e São José do Rio Preto, onde a taxa de transmissão da doença na comunidade em geral está mais elevada.